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Pobreza infantil já é “um flagelo social” no país
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Pobreza infantil já é “um flagelo social” no país

Ensino

2014-10-31 às 06h00

Marta Amaral Caldeira Marta Amaral Caldeira

Em Portugal a taxa de pobreza infantil é a que mais tem crescido e é actualmente vista como um “grande flagelo social”. Gabriela Trevisan, da Universidade do Minho (UMinho), dá como principais razões para esta situação “os cortes nos apoios às famílias e nos cortes aos apoios aos sectores da educação e da saúde”.

Citação

Em Portugal a taxa de pobreza infantil é a que mais tem crescido e é actualmente vista como um “grande flagelo social”. Gabriela Trevisan, da Universidade do Minho (UMinho), dá como principais razões para esta situação “os cortes nos apoios às famílias e nos cortes aos apoios aos sectores da educação e da saúde”.

A investigadora reportou-se dos últimos dados do INE e UNICEF que apontam para este grave problema social - cuja origem está relacionada com as políticas públicas que têm vindo a ser implementadas e que ontem estiveram em análise no seminário ‘Pobreza e Exclusão em Portugal’, que foi promovido na UMinho.

Carlos Farinha Rodrigues, do Instituto Superior de Economia e Gestão, advertiu que “nos últimos anos houve um grande retrocesso nas políticas sociais em termos de indicadores de pobreza e com recuos de quase uma década em termos da nossa situação de combate à pobreza e à exclusão social” - resultados negativos que, do ponto de vista do investigador têm a ver com as políticas sociais implementadas, desemprego e cortes salariais.

“A única coisa a fazer é inverter esta política, o Estado assumir de uma vez a sua quota parte no combate a pobreza e à exclusão social e, em particular, no combate àquilo que já é hoje um flagelo que é a pobreza infantil”. Renato Carmo, do Instituto Universitário de Lisboa, falou dos efeitos da austeridade na sociedade portuguesa, focando a relação desemprego-precariedade-desigualdade. “A austeridade veio contribuir para o incremento desta relação ‘perversa’, com o aumento do desemprego associado às políticas de austeridade e à crise socio-económica”.

“A precariedade está a aumentar e a generalizar-se colocando muitos trabalhadores em situação de não ter contrato e as pessoas que estavam numa situação de emprego vão para o desemprego e quando regressam já é numa situação de precariedade”. O investigador alerta para o “paradoxo na sociedade portuguesa” - “As pessoas têm a percepção de que perderam muitos pontos na sua posição social e isso é transversal em todas as classes sociais, mas apesar desta percepção de retrocesso social, a verdade é que as acções cívicas, colectivas e de cidadania são ainda poucas.

E isso tem haver com o grau de escolaridade”. Sérgio Aires, da EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza, deixou também um alerta para a necessidade de ‘uma mudança de paradigma’. “O que se está a passar é muito preocupante, pois como é que uma União Europeia com 124 milhões de pobres - mais seis milhões desde 2010 - não reage e continua a prosseguir o mesmo modelo de crescimento baseado no emprego a qualquer custo”. O responsável diz aque a expectativa actual é grande, com as mudanças do Parlamento e Comissão Europeus.

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