Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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O poder da escrita

Os bobos

Conta o Leitor

2017-08-10 às 06h00

Escritor Escritor

Renata Cunha


Como queres que te trate? No feminino ou no masculino? Ou será que és ambos? Bem...não sei mas, a verdade, é que por mais que tente não consigo arranjar uma maneira para te apresentar e para te saudar. Apenas sei aquilo que significas para mim e a quantidade de vezes que me deste abrigo sobre qualquer tipo de palavras. Talvez nem me conheças nem saibas que existo. Talvez eu para ti não signifique, rigorosamente, nada porque, afinal, não passo de uma adolescente com vontade de expressar os seus sentimentos e sem meios para vivê-los sozinha. E talvez nem entendes a dimensão da tua importância mas eu explico: és tu e somente tu que dás voz àqueles que não falam; és tu que escondes o total sofrimento do mundo apenas colocando por palavras aquilo que ele realmente sente; és tu que deixas que novas ideias sejam escritas e partilhadas; és tu...és tu o meio que as pessoas arranjam para que os sentimentos sejam ditos porque, se assim não fosse, ninguém os conheceria já que todos parecem ter medo de os pronunciar; és tu o alento de tantos que por aí andam tristes e abandonados; és tu o caminho que muitos arranjam para acreditarem em si próprios; és tu a mais pura das belezas; és tu a interlocutora de tantos corações magoados; és tu, que mesmo silenciosa, tens o dom da plenitude e do sossego.
Já viste as vezes em que abrigaste um coração partido e desiludido? Já pensaste nas vezes em que foste o suporte para alguém solitário? Já imaginaste as vezes em que foste a única a saber tamanha raiva que vai no coração de alguém revoltado com o mundo? Já paraste para pensar, se é que pensas, que a tua essência é a âncora de todos nós? És tu quem constrói o final; o (des)enlance de duas almas que desde sempre viveram para ficarem juntas; és tu que decides se realmente serão uma só; és tu que garantes que o que é dito não perde a veracidade, que o tempo não congela ambos os corações e que o beijo não arrefece, porque, quando falamos em ti falamos em paixão, quando falamos no que fazes falamos em amor.
Acredita no que te digo! Falo por mim quando digo que ocupas um lugar especial dentro de mim. Tu conheces coisas minhas que mais ninguém conhece porque foste tu a quem pedi ajuda e a quem desabafei, nos piores momentos; foi a ti e às tuas palavras, a ti e à tua folha de papel. 
  Por tudo isso, peço-te que não deixes que toda esta vontade que tenho em manter-te viva se perca. És um suporte, és um porto de abrigo. É a ti que recorro quando mais ninguém me quer ouvir e quando deixas que aquilo que sinto seja transformado em texto ou até mesmo numa única palavra.

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