Os bobos
Escreve quem sabe
2017-06-09 às 06h00
Dando continuidade à última crónica publicada no passado dia 26 de maio sobre este documento que os jovens Caminheiros e Companheiros do CNE construíram em 2009 para, de forma ativa e comprometida, cele- brarem a aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Em tempos de carnificinas monstruosas, que acontecem em todos os cantos do mundo e que ampliam os gritos dos bárbaros e silenciam a dor dos justos, estes jovens quiseram comprometer-se com um texto de complementaridade aos direitos centrando o seu pensamento na outra face da moeda que designaram de “deveres” do “Eu” para consigo próprio, para com o “Outros e para com a “Natureza”.
OUTRO
O Homem tem o dever de preservar a família.
A família é a mais antiga e natural forma de agregação do homem. Viver a família ou viver em família é algo intrínseco ao próprio homem. Na família, o homem nasce, cresce, realiza‐se; na família, o homem encontra - em primeira mão - acolhimento e cuidados na sua fragilidade. Preservar a família é integrá‐la, acolhendo‐a e sendo nela membro ativo, num espírito de comunhão e de convivência intergeracional que é estruturante do próprio homem.
O Homem tem o dever de respeitar o outro e a sua consciência, promovendo a concórdia.
O outro é tanto pessoa como o eu, ainda que muito diferente possa ser do eu. Cada homem é único, nasce no seio de diferentes culturas e tradições, tem diferentes crenças e opiniões, tem as suas próprias experiências de vida. Cada homem deve ver no outro um outro eu, res-peitá‐lo na sua individualidade, para além de toda a sua diferença, respeitar a sua consciência, livremente formada, e promover uma sã convivência entre todos; uma convivência onde a individualidade de cada um é expressão da sua liberdade e o respeito mútuo o garante da concórdia social.
O Homem tem o dever de participar ativamente na prossecução do bem comum.
O bem comum é a realização plena de uma comunidade enquanto realização integral de cada um e de todos os seus indivíduos. Só na realização plena de todos os indivíduos se concretiza a realização plena do homem. A cada homem cumpre contribuir ativamente não apenas para o seu bem pessoal, mas igualmente para o bem do todo social.
O Homem tem o dever de proteger, fazer crescer e transmitir a herança que gerações lhe legaram.
Gerações precedem cada homem, gerações suceder‐lhe‐ão. No curso do tempo, uma herança - patrimonial, cultural, civilizacional - vai atravessando gerações, passando de umas para outras acumulando‐se, aperfeiçoando‐se e adaptando‐se. É uma linha de continuidade onde cada homem participa, primeiro recebendo, por último transmitindo, marcando‐a, no ínterim, com o seu cunho pessoal. Um cunho, mais ou menos marcante, mas que assegure uma harmoniosa continuidade da linha.
NATUREZA
O Homem tem o dever de preservar a natureza em todas as suas formas.
A natureza, diversa e pluriforme, constitui a base material da existência humana; nela o homem se insere, nela o homem se move, nela o homem desenvolve a sociedade, a cultura e a civilização. Cabe ao homem, a cada homem, procurar garantir que a sua presença e desenvolvimento não atentam contra a preservação e continuidade da biodiversidade.
O Homem tem o dever de beneficiar sustentadamente dos recursos naturais.
Os recursos naturais são fundamentais para o desenvolvimento humano e tem o homem o direito a utilizá‐los e deles beneficiar nesse intuito. Utilização que é direito, utilização que se torna um dever no que respeita à forma como se deve concretizar. Na natureza, o equilíbrio - nas mais diversas dimensões - é fator essencial de continuidade e preservação. A sustentabilidade na utilização é um dever de cada um e de todos os homens.
1Em 2009, proposta do Corpo Nacional de Escutas para comemorar o 61.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. (continuação)
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